sexta-feira, 15 de junho de 2007

A ECONOMIA DE MERCADO EM FUNCIONAMENTO!...

Republicamos o artigo do blogue 'TRIBUNA SOCIALISTA' com o título acima referido, pela pertinência do assunto e porque estando inteiramente de acordo, dispensamo-nos de dizer por outras palavras o que está bem dito.
Também porque sempre podem dar uma vista de olhos a um blogue de um camarada recentemente eleito para a Mesa Nacional do Bloco, integrado na Moção 'D' que apresentando os seus pontos de vista diferentes da maioria, contribuiu dessa forma para a riqueza do Bloco, como Movimento Plural e significativamente diferente dos restantes partidos.





Na edição de hoje do "JORNAL DE NEGÓCIOS" a principal notícia da primeira página é aquela que reproduzimos. No interior do jornal, onde a notícia se desenvolve, começa da seguinte forma: "Os trabalhadores das empresas do PSI-20 receberam, em média, 26 mil euros cada no ano passado. Um valor 33 vezes inferior à remuneração dos executivos. Em 2006, os salários dos administradores das empresas cotadas cresceram duas vezes mais que os custos associados aos colaboradores"

Os trabalhadores das empresas do PSI-20 não são própriamente os mesmos das empresas que se deslocalizam. Também não são os mesmos nem têm os mesmos problemas dos trabalhadores do sector textil. A notícia também não se refere aos precários com recibos verdes.

Mas a grande questão é que TODOS os que referimos são trabalhadores submetidos a uma lógica de desigualdade provocada pela dinâmica de uma economia de mercado que muita gente teima em fazer crer que se trata de uma economia de desenvolvimento sustentado ou de oportunidades para todos(!).

Com o aumento da precaridade e de um clima de intimidação na generalidade das empresas (públicas e privadas), o poder económico e financeiro, com os seus media aliados, têm fomentado um clima de resignação em muitos sectores de trabalhadores: "mais vale ter um emprego, qualquer que seja, que estar no desemprego" ou "podemos ter salários de miséria, mas temo-los" ...

O objectivo deliberado é acentuar o individualismo entre os trabalhadores impedindo qualquer resposta colectiva por parte dos assalariados (com salário fixo ou com salário variável ...).

O aumento das desigualdades sociais, aquilo de que fala a notícia, tem de ser combatido com imaginação mas de uma forma muito incisiva e objectiva. É um combate que diz respeito a TODAS e TODOS os trabalhadores, do sector público e também do sector privado, com salários fixos ou com salários variáveis, licenciados ou não licenciados. É um combate que tem de redescobrir formas de organização que tornem visível que a acção colectiva é mais eficaz que o desespero individual. E é URGENTE!


quinta-feira, 14 de junho de 2007

Portugal desperdiça 60% da energia consumida


Segundo o Diário Económico de hoje, 60% da energia consumida em Portugal é desperdiçada, ilustrando a tendência de redução da eficiência energética nos últimos três anos. Os custos com a energia não param de aumentar, tendo ultrapassado os 5% do PIB em 2006, sendo que por cada mil euros de riqueza gerada, o país gasta 51 euros em energia, o valor mais alto dos últimos 22 anos. Resumindo, o país compra mais energia e aproveita-a pior. Oliveira Fernandes, professor do Instituto Superior Técnico, sustenta que para inverter esta situação é urgente investir cada vez mais nas fontes renováveis e na modernização das construções.
De acordo com uma noticia do "Diário Económico", há três anos consecutivos que a economia portuguesa está a perder eficiência no uso do petróleo e a factura energética não pára de aumentar, tendo ultrapassado os 5% do Produto Interno Bruto em 2006, o valor mais alto dos últimos onze anos. O desperdício representa 60% da energia consumida.
Em 2006, cada português consumiu 12 barris de petróleo por ano, valor que revisita os recordes do período de maior expansão económica (1999 a 2002). O crescimento do consumo de petróleo registou uma quebra em 2003, ano de recessão, mas desde então que está a subir de forma ritmada (de 1,5% em 2004 para quase 5% no ano passado).No entanto, esta maior intensidade energética da economia não se traduziu em mais crescimento, como provam os dados do PIB dos últimos anos. Pelo contrário, em 2006, Portugal precisou de pagar quase 51 euros para criar 1.000 euros de riqueza (PIB), naquele que é o maior valor desde 1985.Ribeiro da Silva, professor de Economia da Energia do ISEG, sublinhou que "se Portugal conseguisse reduzir em 20% o seu consumo de energia com recurso a mais eficiência pouparia 1,2 mil milhões de euros anuais".
Oliveira Fernandes, professor do Instituto Superior Técnico, pede um reforço "cada vez maior nas fontes renováveis", como as eólicas e a energia solar, e na modernização das construções, outro dos pontos por onde se escapa boa parte da energia.


GRUPO PARLAMENTAR PRESTA CONTAS!




No próximo dia 15 de Junho, sexta-feira, às 21h30, na Sede na R. da Torrinha, o Grupo Parlamentar, pela voz de Alda Macedo e João Semedo, vai prestar contas da actividade desenvolvida.


Sendo este um espaço privilegiado de contacto e de debate com/sobre a actividade parlamentar do BE, contamos com a presença de aderentes e simpatizantes!


DREN «protege e estimula bufaria»


O professor Fernando Charrua recebeu esta quinta-feira a nota de culpa e ficou a saber que é acusado de ter proferido, «de forma perfeitamente audível», e nas instalações da Direcção Regional de Educação do Norte, a frase «somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um f... da p...». Diz ainda a acusação, que a situação «ocorreu no dia 19 de Abril, cerca das 13 e 30 horas». Charrua desmente tudo e diz que tem testemunhas.
Conforme está escrito na nota de culpa, a que o Portugal Diário teve acesso, o instrutor do processo, José Paulo Pereira, considera que o «arguido apelidou, com um sentido depreciativo e injurioso, o primeiro ministro, Eng. José Sócrates, de «f... da p...».
Perante o conteúdo da nota de culpa, e por o desfecho do processo disciplinar se ter traduzido numa acusação sem sequer ter sido ouvido, Fernando Charrua, em conversa com os jornalistas, classificou a queixa de «ridícula» e «inacreditável». Mas disse mais: «É esta vergonha desta queixa, esta delação, esta bufaria que a senhora directora regional protege, agradece e estimula».
Ainda assim, este professor adianta que as «testemunhas dizem coisas absolutamente diferentes pelo que as hipóteses de defesa serão mais do que muitas». Para além disso, explica, querem provar um insulto, «que é falso».
Mas houve ou não algum comentário menos próprio? Charrua esclarece: «O insulto, a haver, passou-se no dia 20 e não no dia 19 de Abril». A directora regional «transportou uma conversa num restaurante para outro dia. E isto é da maior desonestidade que um dirigente do Ministério da Educação pode ter», acusa. «O comentário menos educado», reconhece, «passou-se sim num restaurante, com a mesma pessoa com quem almocei nos dois dias».
O professor não diz qual foi o «comentário menos educado», mas, numa nota distribuída à comunicação social, acusa: «Já não só há delatores na DREN, como já se colocam informadores nos restaurantes para ouvir as conversas de funcionários».
Da acusação consta ainda que Charrua «demonstrou grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres gerais de lealdade e correcção». Um argumento que o professor classifica como «inacreditável», pois «um assunto que não é de serviço deu uma pena de suspensão, que é uma pena gravíssima».
Sobre a entrevista que a directora regional deu ao Diário de Notícias, em que diz estar a ser alvo de perseguição política, Charrua responde: «Mas então ela faz-me tudo isto sem me ouvir e ela é que é perseguida???? Eu é que tenho a certeza de estar a ser perseguido».
O professor de inglês, numa nota distribuída aos jornalistas, diz ainda ter provas de que a directora regional, Margarida Moreira, «teve interferência e intervenção na fase de instrução do processo disciplinar, o que é manifestamente ilegal» e «abusivo». Isto só reforça, acrescenta, «a perseguição de que tenho vindo a ser alvo na DREN».
Charrua está convencido de que, «custe o que custar, tenho de ser punido e saneado porque sou um elemento incómodo para a senhora directora regional e, também, pelos vistos, para o Governo».

Há mais 100 mil precários do que em 2006

O número de trabalhadores precários cresceu 12,5% em relação a 2006, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Os dados são divulgados hoje pelo Diário de Notícias, e revelam que no final do primeiro trimestre deste ano existiam 835 mil pessoas contratadas a prazo, "a recibos verdes" ou em regime de trabalho sazonal ou pontual, mais 93 mil do que no mesmo período do ano passado. Assim, os precários representam já 21,5% do universo total dos trabalhadores, fazendo de Portugal o segundo país da União Europeia com mais contratos precários proporcionalmente ao número total de trabalhadores.
O INE estima em 835 mil o número de contratos precários existentes em Portugal. Destes, 647 mil correspondem a contratos a termo (a maioria dos quais são contratos a prazo), mais 63 mil do que no período homólogo do ano anterior. Os outros tipos de vínculos precários (na generalidade, "falsos recibos verdes") aumentaram 20%, encontrando-se agora mais 189 mil pessoas nessa situação.
O peso destes contratos no universo total dos trabalhadores subiu de 19,1% para 21,6%, contrariando a tendência de descida verificada entre 2002 e 2005.
Outro estudo divulgado pelo Diário de Notícias em Abril deste ano, mostra que quem trabalha com vínculo precário em Portugal ganha, em média, menos 25% do que um trabalhador com contrato sem termo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

OMS: Com melhor ambiente poderiam evitar-se 15000 mortes por ano em Portugal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, esta 4ª feira 13 de Junho, a primeira análise por país dos efeitos dos factores ambientais na saúde. Os dados revelam profundas desigualdades, mas mostram também que a melhoria das condições ambientais permitiria melhorar a saúde, em todos os países. 13 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas com melhorias nas condições ambientais. Em relação a Portugal, a OMS calcula que poderiam evitar-se 15000 mortes por ano. A OMS baseou-se nas estatísticas de saúde nacionais de 2004 e concluiu que os problemas ambientais estão relacionados com 14% das doenças registadas em Portugal, causando a morte a 15 mil pessoas por ano, pelo menos. A OMS salienta ainda que morrem anualmente 1900 portugueses, por doenças directamente relacionadas com as más condições atmosféricas. Os problemas ambientais provocam infecções respiratórias, cancro e doenças cardiovasculares, entre outros problemas de saúde. O cancro, em particular o do pulmão, é responsável por grande parte das mortes. Entre os riscos para a saúde ligados ao ambiente a OMS destaca: poluição, doenças profissionais, radiações ultravioleta, poluição sonora, métodos empregues na agricultura, alterações climáticas e modificações do ecosistema, tipo de construção e comportamentos. Os países com mais baixo rendimento são os mais vulneráveis aos factores ambientais que têm uma incidência sobre a saúde. Segundo revela a OMS, as populações destes países perdem cerca de vinte vezes mais anos de vida com boa saúde, por pessoa e por ano, que as dos países mais ricos. No entanto, a OMS salienta também que todos os países sofrem com as consequências das condições ambientais na saúde e sublinha que, mesmo nos países onde o ambiente é mais saudável, cerca de 1/6 das doenças poderiam ser evitadas e alguma melhoria ambiental permitiria lutar eficazmente contra as doenças cardiovasculares e os ferimentos provocados por acidentes rodoviários. A falta de qualidade da água, incluindo o saneamento e a deficiente higiene, e a poluição no interior das habitações, devido ao uso de combustíveis fósseis para a preparação de alimentos e o aquecimento, são responsáveis por mais de 10 por cento das mortes em 23 países. As crianças com menos de cinco anos são as principais vítimas, representando 74% das vítimas de diarreias e de infecções respiratórias.

terça-feira, 12 de junho de 2007

a QUIMONDA no debate mensal de Maio na A.R.


O debate mensal realizou-se na manhã de sexta 27 de Maio e F. Louçã abriu o debate com a questão do horário das 12 horas que a Quimonda quer impor aos seus trabalhadores, ameaçando 66 com o despedimento.



click na imagem e ligue as colunas de som




Chegou o deficit, e... a floresta ficou para trás (opinião de um leitor)

O portal esquerda.net iniciou uma nova secção (As opiniões do(a)s nossos(as) leitore(a)s), publicando um artigo do nosso leitor Ricardo Neto que reproduzimos:

Venho por este meio demonstrar o imenso desagrado, indignação e profunda tristeza pela actuação do Ministério da Agricultura representado pelo seu Ministro em relação ao mundo rural, direccionado para o interior do País (ou melhor para o deserto como já lhe chamam algumas pessoas). Estes sentimentos são partilhados por um grande número de pessoas ligadas à terra e ao mundo rural abandonados à sua sorte pelo interior do País. Como técnico de ciências Agro- Florestais, responsável por centenas de projectos florestais, exprimo o sentimento de todos os proprietários rurais, florestais e agricultores, que com orientações específicas, através de programas e regulamentos comunitários específicos, nomeadamente (Reg. 2080/92 e Ruris - florestação de terras agrícolas), optaram por reconverter os seus terrenos agrícolas em florestais. São investimentos a longo prazo que obrigam à participação financeira do Estado (Governo), e da Comunidade Europeia, visto o período de retorno do capital, ser bastante demorado e o risco ser bastante elevado (incêndios, condições climáticas adversas, etc), isto se falarmos apenas nos benefícios económicos (lucro).

Existem no entanto inúmeros, benefícios indirectos unanimemente reconhecidos, para a sociedade humana e ecossistemas naturais que advêm da florestação, embora bastante difíceis senão impossíveis de contabilizar. Apesar de se ter tentado atribuir um valor económico aos vários produtos e serviços que a floresta nos fornece/presta é bastante difícil chegar a consensos quanto a este assunto, pois a relativização leva à falta de objectividade da caracterização da função, onde a especulação é rainha e senhora, quando se tenta avaliar a prestação dos serviços da floresta.
Por exemplo como se calcula e atribui um valor, ao oxigénio libertado para atmosfera, que todos respiramos? Ou à regularização dos lençóis freáticos? E à biodiversidade resultante da expansão das florestas? Ou à barreira contra o deserto, onde a aridez está cada vez mais a ganhar terreno, não só em Portugal como por todo o mundo. Exemplo disso é o caso do sudeste da Península Ibérica onde se inclui Portugal.
Há no entanto um exemplo que poderá ser aventado como um bom indicador da valorização dos serviços prestados pela floresta e que actualmente por motivos menos felizes está a ter uma valorização crescente, com reconhecimento a nível mundial e que é a função de fixação do carbono atmosférico, realizado em especial por árvores jovens, em crescimento que necessitam de muito dióxido de carbono para suprir as suas necessidades básicas de crescimento.

Após esta introdução, pretende-se chamar a atenção especialmente para os "Desertos" deste País, onde todo o interior se engloba, em que a floresta poderia e deveria, ter um papel primordial na a fixação de populações e criação da riqueza nacional (anote-se o valor da floresta para o P.I.B), preservação de valores patrimoniais naturais e ambientais únicos. Veja-se o papel da cortiça, das madeiras, dos frutos secos, da caça ou mesmo das fontes naturais e lençóis freáticos naturais que são regulados essencialmente pelas florestas, que os protegem, purificam e asseguram a sua qualidade como recurso cada vez mais escasso, associado temos ainda as paisagens naturais envolventes, como excelente exemplo, da variedade de produtos fornecidos, directos e indirectos, associados à floresta, onde a multiplicidade e diversidade de funções que, para o homem e outros seres vivos, são fundamentais para a sua sobrevivência.
Foi reconhecido por vários especialistas na área, a importância florestal do nosso País, onde o potencial é reconhecidamente elevado, tendo-se inclusive, encomendado vários estudos tipo de mercado, sobre o potencial do nosso País, onde os pontos fortes e os pontos fracos se focavam, Refira-se um famigerado especialista dos Estado Unidos, que apresentou o famoso "Relatório Porter", onde foi bem claro quanto à importância da floresta e do turismo para o nosso País, aliado à necessidade de reconverter muitas áreas agrícolas marginais, onde se encontravam milhares de hectares, com terrenos com pouca ou nula aptidão para fins agrícolas.
A palavra de ordem na altura, foi então investir na floresta, até porque é de consenso geral a aceitação pela sociedade neste tipo de investimento.

Optou-se então pela floresta multifuncional, de qualidade em que as árvores autóctones em especial as folhosas são privilegiadas (atribui-se um valor superior na subvenção ao investimento em relação a outras espécies), privilegia-se a biodiversidade que se pretende manter senão mesmo aumentar, atribui-se um valor paisagístico maior.
Nestes casos são necessárias dezenas de anos para que se obtenha algum lucro, e como é óbvio num tipo de sociedade como a nossa, o privado só investe se os períodos de retorno forem minimamente médios/baixos, onde os riscos são mais calculados e como tal mais aliciantes.
Existia então um problema, o tipo de investimento pouco apetecível para potenciais investidores onde a economia de mercado reina e manda, onde o lucro fácil, rápido e com o menor risco possível, é o objectivo principal, onde a especulação é rainha e senhora. Assim a grande maioria de potenciais investidores pensa de modo negativo a respeito deste tipo de investimento, até porque muitos deles se investissem saberiam que nunca seriam eles a recuperar o esforço financeiro dispendido e isso de pensar nas gerações vindouras está cada vez mais em desuso, reservando-se esse papel para o "Estado". Demonstra-se facilmente a nível técnico/cientifico, que o investimento é de muito longo prazo, com muito risco, pelo que se torna pouco cativante para o investidor.

Com o intuito de minimizar esta carência florestal e com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, tenta-se assumir o que os relatórios indicam, e criam-se programas específicos, com a finalidade de aumentar a área florestal do Pais. Em nome do estado assumiram-se compromissos com os agricultores, criaram-se regras objectivas em que pela troca de um apoio se retiravam terrenos da lavoura e optava-se pela floresta, privilegiando as espécies autóctones e de crescimento lento, isto durante determinado período considerado razoável e de acordo com rendimentos da altura. Nalguns tipos de florestas de produção o período de retorno pode atingir várias décadas (uma vida), como é o caso da cortiça e das madeiras de qualidade (castanheiro e o carvalho p.e).
Tentou-se então encontrar um meio para atingir o objectivo proposto (floresta de qualidade de preferência multifuncional), pelo que a colaboração do "Estado" era imperiosa para alcançar esse fim.

Partindo do principio que só se investiria, nesse tipo de floresta se se fornecesse algo em troca pela "perda" temporária do rendimento, dos agricultores, resultante da não utilização agrícola de forma intensiva e continuada em terrenos normalmente com fraca ou nula aptidão agrícola. Adoptaram-se medidas apropriadas, que aliciassem os proprietários rurais e agricultores no sentido de em conjunto e com a colaboração do "Estado" criarem uma floresta autóctone, "adequada" e adaptada a cada região, com funções múltiplas para a sociedade e para o proprietário, cada vez mais reconhecidas por todo o mundo e em especial na Comunidade Europeia.
Tudo isto seria muito bonito se, e há sempre um se... os acordos fossem cumpridos!!
Neste caso, como em muitos foi, e é o "Estado" que se diz de direito em nome do Sr. Ministro da Agricultura e do seu Ministério a demitir-se de compromissos assumidos tanto pelo seu Governo como por Governos anteriores. Onde o deve e haver dos contratos só servem para uma das partes, a mais fraca, os investidores que acreditaram na colaboração do "Estado" onde se incluem milhares de proprietários rurais que fazem esforços enormes, afim de não falharem com os acordos redigidos pelo "Estado" para assegurarem a manutenção da floresta prometida pelo "Estado", tendo inclusive muitos deles que recorrer às parcas reformas para não falhar com as manutenções, outros que sem outro meio de subsistência que não a reforma e algumas poupanças empenharam tudo para reconverter os seus terrenos agrícolas na "famosa" floresta.

São milhares de hectares florestados por todo o Pais, assumiram-se na altura com o extinto IFADAP, acordos/contratos, entre o Estado e os proprietários, em que os segundos investindo uma parte através de auto-financiamento, em colaboração com o "Estado" que assumiria outra parte, se comprometeriam a reconverter os seus terrenos agrícolas em floresta.
O "Estado" através de fundos comunitários, financiados na sua maioria pela Comunidade Europeia, colaboraria com outra parte dos investimentos, comprometendo-se ainda a compensar o proprietário pela perda de rendimento, atribuindo um valor anual por hectare, durante um determinado período de tempo, bem como um apoio á manutenção nos primeiros cinco anos, também ao hectare, isto porque as instalações são por vezes extremamente complicadas em especial em climas semidesérticos, com solos débeis e empobrecidos, como são por exemplo as zonas do interior sul do País.

Chegou o deficit, e... a floresta ficou para trás, todos os acordos foram mandados às urtigas e quem quiser que se queixe à nossa moribunda, pachorrenta e injusta justiça.

É a ajuda ao investimento que não chega, para as pessoas amortizarem os empréstimos que realizaram, muitos dos quais já liquidaram uma taxa de imposto abismal por um investimento em beneficio da sociedade (ver artigo em anexo) que é taxado como rendimento; são as perdas de rendimento que se perdem em buracos do "Estado"e o rendimento perde-se duas vezes; são as manutenções onde o cumprimento escrupuloso do famoso P.O.G (plano orientador de gestão) terá que ser religiosamente cumprido pelo proprietário, que inclui a construção de linhas corta-fogos nas entre-linhas, a manutenção de caminhos e aceiros, o controlo de matos através do controlo da vegetação espontânea, a reposição de árvores que morrem prematuramente (retanchas e mais retanchas), as podas e desramações são entre outras obrigações acordados a realizar pelo proponente na troca de um apoio do "Estado" nos primeiros cinco anos, mas que se atrasa sempre... e cada vez mais.

Resumindo as exigências servem apenas para uma parte dos interessados, os proprietários, e ai daquele que não cumprir ... sofrerá penalizações atrás de penalizações tendo em último caso que reembolsar o "Estado" como atrás referido a parte mais fraca, a que não tem voz.
Pretende-se com esta exposição alertar as entidades competentes que regulam e fiscalizam a normal e correcta actuação do "Estado" para as falhas graves que estão a ocorrer por parte de organismos que têm como principal função assegurar as funções para que foram criadas, que foi a defesa rigorosa do ponto de vista dos técnicos que criaram os programas, assim como assegurar e acompanhar a sua correcta aplicação. Se acontece o contrário, mais vale demitirem-se e dar o lugar a outros, pois a má fé que demonstram é de tal forma evidente que se torna imperioso apelidar de Ministério da (Des)agricultura do (Sub)desenvolvimento Rural e das (Contra)Pescas e porque não da desflorestação.
Espero que este alerta sirva pelo menos para chamar a atenção para quem de Direito, para que actue e anule esta incompetência roçando a ilegalidade que vigora nesta área, nestes últimos dois anos.

Tudo isto se torna mais grave estando nós em plena época de fogos. Quando um Estado se demite de compromissos como estes, está tudo dito. Dita a prepotência reina a arrogância, impera mesmo em muitos casos a desonestidade e má fé do Estado que, hipocritamente, quer dar o exemplo de rigor, moralidade e competência.
É triste chegar a este ponto, mas em pleno mês de Junho com a época de incêndios à porta torna-se imperioso desmascarar esta situação, insustentável criada por este Ministro e este ministério, com responsabilidades acrescidas para o Sr. Primeiro Ministro que pactua de forma voluntária ou involuntária com esta situação.
Serve ainda para dar voz a milhares de proprietários que se sentem enganados, que reclamam incessantemente nas delegações regionais do extinto IFADAP, como se pode comprovar junto dos funcionários, junto de associações de produtores florestais (recente notícia na SIC em Mogadouro), que sem saber a quem recorrer mais denunciaram a situação nos órgãos de comunicação social, onde se demonstrava a descrença e o arrependimento de ter acreditado no Estado que deveria ser de Direito naquele "Estado" que se quer justo e que defenda a Sociedade.

Como se não bastasse já o incumprimento noutra medida Agro-ambiental este ministério está a falhar com outra medida desse tipo, deixando inclusive que a taxa de execução, dum programa florestal (Ruris - Florestação de Terras Agrícolas), fosse baixíssima (cerca de 28%) do previsto.
Foram multas por incumprimento dos objectivos propostos, aplicadas ao nosso País; foi dinheiro de volta para a Comunidade porque o "Estado" não teve, ou talvez não quis assumir mais compromissos; talvez porque não tivesse ou melhor quisesse disponibilizar os 25% de capital necessário, para cobrir a sua comparticipação nacional nos acordos. Mas isso nem seria justificação pois este valor até seria facilmente recuperado, de acordo com a taxa de imposto aplicada aos investimentos, perdas de rendimento e manutenções (considerada rendimento).
No final quem perde com isto é o Pais, as regiões, as pessoas, a economia portuguesa e a própria floresta. Julgo ser imperioso denunciar esta situação, até porque não existe moralidade por parte do Estado quando se fala tanto e hipocritamente em "Floresta", em incêndios florestais e depois se comportam de forma pouco digna no cumprimento dos acordos para com a mesma. Ou será que a floresta, também já deixou de fazer parte dos planos do Sr. Ministro, como aconteceu com a Agricultura?
Se já, que o assuma de uma vez por todas e não continue a enganar os proprietários rurais, com falsas perspectivas, contratando acordos com programas que não cumpre.


Ricardo Neto (Bacharel em Engenharia Agro-Florestal)




Ministra da Educação volta a mostrar intolerância a críticas



A Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura aprovou, hoje, um requerimento do Bloco de Esquerda para que a Ministra da Educação se desloque à Comissão para prestar esclarecimentos aos deputados sobre a exclusão da Associação de Professores de Matemática da Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional da Matemática.
A presidente da Associação de Professores de Matemática, Rita Bastos, foi convidada a sair da reunião da Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional da Matemática pelo director-geral de Inovação e Desenvolvimento Escolar depois de a APM ter divulgado um comunicado onde eram tecidas críticas à ministra Maria de Lurdes Rodrigues. "Não é democrático não podermos pronunciar-nos publicamente por pertencermos à Comissão. A independência da APM está posta em causa, claro", diz Rita Bastos.
À Rádio Renascença, um representante do Ministério da Educação disse que, no seu entendimento, a Associação dos Professores de Matemática "auto-excluiu-se" do processo.
"O argumento invocado pelo Director-Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, alegando que a APM não tem o direito de criticar o Governo, representa mais um lamentável acto de prepotência do Ministério da Educação e um inaceitável atentado contra a autonomia das Associações Profissionais", diz o Bloco de Esquerda em comunicado.


sábado, 9 de junho de 2007

Acções em Lisboa e Porto pela Justiça climática


No Dia Internacional pela Justiça Climática, a rede G-8 promoveu acções de rua em Lisboa e no Porto, reclamando "justiça climática contra as políticas do países mais ricos do planeta". Os activistas alertaram para as consequências do aquecimento global, se nada for feito para o evitar: extinção de espécies, desertificação, escassez de água, cheias, milhões de pessoas deslocadas. Os activistas simularam uma batalha climática, com todas as pessoas a tentarem evitar a poluição perpetrada pelos líderes do G-8, devidamente caracterizados.Veja aqui as fotos da acção na Rua Augusta
A rede G8, um movimento que reúne pessoas interessadas em participar na contra-cimeira do G8, promoveu ontem acções de rua em Lisboa e Porto, assinalando desta forma o Dia Internacional pela Justiça Climática. No Porto, foi simulado um mercado de direitos de emissão de gases com efeito de estufa, com figurantes a representar cada um dos líderes do G8 a tentar comprar direitos a outros países, ou seja, a "oferecer" gases de efeito de estufa.

Segundo a Agência Lusa, os activistas pretendiam também denunciar a nível local "um dos aspectos que mais gravemente está a contribuir para esta situação : o abuso e favorecimento do automóvel privado a par com o desprezo e crescente mau trato dado aos transportes colectivos e aos seus utentes".Na Rua Augusta, em Lisboa, foi simulada uma batalha pela justiça climática contra os líderes do G8: um mapa-mundo em que todas as pessoas impedem que o G8 encha o planeta de gases poluentes, emissões que afectam sobretudo os países do hemisfério Sul.





quarta-feira, 6 de junho de 2007

"O que é nosso tem de ser nosso"


Para quem não esteve na Convenção mas mesmo assim não quer perder o discurso de encerramento, pode ver aqui a parte que se refere à proposta do Bloco de nacionalização da energia.



click na imagem para visualizar




segunda-feira, 4 de junho de 2007

8 de Junho, Dia Internacional pela Justiça Climática.



Em Lisboa e no Porto a Rede G8 junta-se ao protesto global do dia 8 de Junho, Dia Internacional pela Justiça Climática. No último dia da reunião do G8 na Alemanha, vários locais do Mundo vão reclamar justiça climática contra as políticas do países mais ricos do Planeta.


No Porto:
O que vamos fazer?


Vamos simular um mercado de direitos de emissão («Outlet do Carbono») onde haverá figurantes a representar cada um dos líderes do G8 a tentar comprar direitos a outros países, ou seja, a «oferecer» gases de efeito de estufa (simbolizados por balões negros «negociados» com quem vai a passar na rua...). Denunciar-se-á localmente um dos aspectos que mais gravemente está a contribuir para esta situação na zona do Porto : o abuso e favorecimento do automóvel privado a par com o desprezo e crescente mau trato dado aos transportes colectivos e aos seus utentes.
Onde o vamos fazer?
Entre o Castelo do Queijo e a marginal de Matosinhos.
Quando?
dia 8, claro, sexta-feira, a partir das 15.00h
Para colaborares e para mais informações contacta:
rede-g8-porto@pegada.net

Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, é necessário activar o Javascript par o poder ver.


Para acompanhares todos estes preparativos vai a:
http://www.geoito2007.blogspot.com/


domingo, 3 de junho de 2007

Convenção do Bloco define prioridades no combate ao governo



Depois de um dia e meio de intensos trabalhos, terminou hoje por volta das 14 horas a V Convenção do Bloco de Esquerda, com uma sessão de encerramento em que falou o deputado Francisco Louçã.


As quatro moções em debate apresentaram listas para a Mesa Nacional, tendo a moção A, subscrita por Francisco Louçã, saído vitoriosa, elegendo 62 membros para a direcção do partido. A moção C, subscrita por João Delgado, ficou em segundo lugar, elegendo 12 membros, a B, subscrita por Helena Carmo, elegeu 4, e a D, subscrita por Paulo Silva, 2, num total de 80 membros. No discurso de encerramento da convenção, Francisco Louçã enumerou as três prioridades do Bloco para o confronto com o governo Sócrates nos próximos anos:


o combate ao desemprego,


a defesa dos serviços públicos


e o combate à corrupção associada à especulação imobiliária.


O discurso de Francisco Louçã foi acompanhado, num dos ecrãs que compunham o palco da Convenção, por pequenos filmes e gráficos que ilustravam as palavras do orador. Num deles, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, aparecia a lembrar que o programa do Bloco de Esquerda defende a nacionalização do sector da energia. Noutro, o primeiro-ministro, José Sócrates, aparecia, num debate parlamentar e referindo-se às manifestações contra o encerramento das urgências hospitalares, dizendo que o que Louçã queria era saber quando era o próximo anúncio de encerramento para ir lá fazer uma manifestação.
Louçã referiu-se ainda às eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa, elogiando o perfil do o candidato independente apoiado pelo Bloco, José Sá Fernandes: "Disseram que José Sá Fernandes era muito atento, tinha os olhos abertos; nós não o queríamos distraído. Disseram que ele punha o dedo nas falcatruas; nós não esperávamos que ele estivesse calado. Disseram que ele propôs rupturas; pois alguém queria que tudo ficasse na mesma na Câmara de Lisboa quando ela estava a apodrecer?", observou.
Antes de Francisco Louçã, discursou o Helmut Scholz, do novo partido alemão A Esquerda, que surge da fusão entre o Partido do Socialismo Democrático e o Agrupamento de Eleitores pela Justiça Social.
O Esquerda.net transmitiu em directo, pela Internet, três momentos: a abertura do debate político, com as intervenções das quatro moções, o encerramento do debate no sábado e a sessão de encerramento no domingo.


sábado, 2 de junho de 2007

CONVENÇÃO DO BLOCO



No boletim Debates 3 são divulgadas as versões finais das quatro moções em debate, a proposta de regimento para a 5ª Convenção e as propostas de alteração aos estatutos com o guião das votações.
O boletim apresenta ainda a ordem de trabalhos da 5ª Convenção, acompanhada de horário.Aceda aqui ao Debates 3