



Há uma analogia para a situação em Portugal: Para uns o banquete para outros as migalhas. Senão Vejamos:
- O poder de compra dos trabalhadores por conta de outrem registou em Portugal durante o ano passado a maior descida dos últimos 22 anos.
- Os rendimentos dos 20% portugueses mais ricos são 8,2 vezes superiores aos dos 20% mais pobres. O fosso entre os mais ricos e os mais pobres é o mais elevado da Europa.
- Os salários médios têm diminuído e a pobreza regista dos maiores índices da UE. Quase 4 milhões de portugueses vivem em risco de pobreza antes das transferências sociais. Portugal é o país da União Europeia, é onde é mais difícil ultrapassar a situação.
- Os salários de gestores de grandes empresas triplicaram nos últimos cinco anos. Em 2005, em média, cada administrador ganhou perto de cinco milhões e 600 mil euros. E, cada gestor executivo recebeu mais de quatro milhões e 300 mil euros.
- O número de empresas que declarou lucros só representava 51% do total. A fuga ao fisco, pelos mais ricos, continua.
- Os lucros da banca sobem todos os anos. As taxas de juro e a inflação também.
O desemprego e a precariedade continuam a dominar
- O desemprego voltou a subir, agora para o valor mais alto dos últimos 20 anos. 458,6 mil pessoas fizeram procura activa de emprego, querem trabalho mas não o conseguem encontrar.
- Este governo fez crescer a instabilidade laboral e a precariedade. Os precários ganham menos 26% do que os efectivos.
- Com as novas regras o subsídio de desemprego é agora mais difícil de conseguir, mais fácil de perder e dura menos tempo.
- No trabalho temporário o governo fez uma lei à medida da barbaridade das empresas de trabalho temporário. Mais de 400 mil são explorados - não por um mas por dois patrões.
- A mobilidade especial na função pública é o real despedimento colectivo de milhares de funcionários públicos; e depois fecham escolas, centros de saúde…
- Congelamento de escalões e salários, ataque às carreiras dos trabalhadores, do sector público e privado.
- Para termos acesso à reforma temos agora de trabalhar mais anos, descontar mais e teremos menores pensões.
Prossegue a destruição de serviços públicos
- Encerramento de escolas, centros de saúde, maternidades, serviços de atendimento permanente ou de urgência, postos de correios…
- Agravamento e introdução de novas taxas moderadoras / impostos.
- Portugal foi o país da União Europeia que registou um maior corte nas despesas públicas com pessoal durante o ano passado.
- Diz o governo que os cortes na saúde, na educação, no subsídio de desemprego… são para defender serviços públicos, imagine-se! O governa especula com o medo social. "Antes hoje alguma coisa do que amanhã coisa nenhuma".
- O PS, que na oposição tinha aceite a proposta de impostos sobre as grandes fortunas, no poder recusou a proposta do BE
- Os cortes nos serviços públicos são para sustentar a política do Pacto de Estabilidade.
Há políticas alternativas mas o PS, que na oposição até aprovava algumas, decidiu submeter-se ao dogma neoliberal e à política do défice.
Agora anuncia a flexi-precariedade: despedimentos e horários regulados à vontade dos patrões. Em vez de revogar o famigerado Código Bagão Félix o PS quer agravá-lo ainda mais. O seu nome: Código Vieira da Silva.
Por isso, como disse Carvalho da Silva, esta greve será um sopro de democracia e de liberdade nas empresas, nos serviços públicos e na vida do país.


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