domingo, 9 de setembro de 2007

MACONDE: trabalhadores preocupados

O núcleo de VCD e PVZ reuniu sexta-feira com a Comissão Sindical da MACONDE.

A reunião permitiu ao bloco mostrar a solidariedade aos trabalhadores e divulgar as acções de acompanhamento da evolução na empresa, desenvolvidas desde o momento em que tivemos conhecimento que a empresa estava a convidar trabalhadores a aceitarem acordos de rescisão de contratos com indemnizações abaixo do estipulado na lei.

Na Asembleia Municipal de 28 de Setembro do ano passado, a deputada municipal do BE, Carmen Silva, teve a seguinte intervenção:

"Tenho conhecimento pessoal do aliciamento para a aceitação do despedimento por mútuo acordo, por parte da Empresa Maconde a vários trabalhadores.
Dizem-me que os objectivos da Empresa é a redução dos actuais 1.500 trabalhadores, para cerca de apenas 600.
Os relatos que me fizeram dão conta da utilização de processos coercivos e ameaças no sentido de forçar a aceitação do despedimento por parte dos trabalhadores, atitudes reprováveis daqueles empresários sobre quem durante muitos anos foram os seus parceiros de actividade, e que com o seu trabalho contribuiram significativamente para o êxito da empresa.

Pergunto ao Sr. Presidente se tem conhecimento de estar em curso algum processo de deslocalização.

No caso afirmativo, e dado que a redução da força de empregos no nosso concelho tem sido significativa nos últimos dias, designadamente nos sectores tradicionais dos texteis e vestuário, pergunto se tem prevista alguma acção que possa travar essa deslocalização ou se vislumbra alguma iniciativa que possa contribuir para o emprego destes vilacondenses fragilizados pela idade e baixas qualificações académicas?

Esta intervenção levou à realização de uma reunião do Presidente da Câmara com os responsáveis da empresa tendo a mesma confirmado as preocupações quanto à sua situação financeira.

Presentemente a empresa tem ainda salários em atraso, designadamente a trabalhadores administrativos e existe um compromisso do governo em garantir através da banca os meios financeiros para a mesma continuar a sua normal actividade.

Não conhecendo a CT da MACONDE o plano de reestruturação da empresa além do que tem vindo na comunicação social, que passa pela venda de património para pagar os passivos, é grande a inquietação dos trabalhadore(a)s pois desconhecem se o mesmo contempla a garantia da salvaguarda da totalidade dos actuais postos de trabalho.

O Bloco de Esquerda transmitiu à CT da empresa que vai continuar atento e disponível para apoiar os trabalhadores nas suas acções de defesa dos seus direitos e manifesta estranheza pelo facto do município da Póvoa de Varzim e designadamente o seu presidente, não ter até ao momento desenvolvido qualquer acção conducente a defender a actividade industrial nos municípios vizinhos e por essa via o rendimento e a sustentabilidade de centenas de famílias vilacondenses e poveiras.

Os municípios têm competências sociais e é sempre preferível actuar a montante evitando a perda de emprego do que depois tentar minimizar os seus efeitos com resultados sempre limitados e duvidosos.

outras fotografias da reunião





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