
A informação de que a Maconde pode encerrar foi dada, ontem de manhã, pelo presidente da Câmara de vila do Conde, Mário de Almeida. "Estou preocupado, mas hoje [ontem] deu-me a impressão de que há alguma hipótese. A Administração diz que a empresa é viável e tem encomendas. Só não tem liquidez. Os contactos que fiz com o BCP e com o Governo deixaram-me alguma esperança. Mas, se não houver acordo muito em breve, a situação vai complicar-se", explicou o autarca ao Jornal de Notícias.
Menos confiante está Domingos Pinto, do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio de Vestuário e de Artigos Têxteis. O sindicalista garante que a empresa precisaria de 25 milhões de euros para concluir a reestruturação, para além dos 32 milhões que detém de dívidas.
O sindicalista afirmou ao JN , que o impasse "já era esperado". "A empresa não pode viver de trabalhar a feitio para Inglaterra como qualquer fabriqueta de esquina", criticou Domingos Pinto, que vê, como única saída para a empresa, a aposta na marca própria, a Oxford. Quanto à situação actual da Maconde, o sindicalista lembra que, dos 200 a 300 trabalhadores que aceitaram a rescisão amigável aquando do encerramento das unidades fabris de Braga e da Póvoa, já há "quem esteja sem receber há mais de seis meses".
Já em Março do corrente ano, os trabalhadores manifestaram a sua insegurança face a uma empresa que durante o último ano foi encerrando algumas das suas unidades fabris em vários pontos do País, procedendo mesmo à extinção de postos de trabalho, além de no total ter vendido 42 dos estabelecimentos que possuía. Tal faria parte do plano de reestruturação do grupo, decidido no início de 2006, e que incluía a transferência de lojas Macmoda, Tribo e Zona Franca para três insígnias do grupo Sonae.